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By Ferramentas Blog

domingo, 19 de julho de 2015

Análise Bíblica - parte 1

A Bíblia Passada a Limpo 
Descobertas recentes da arqueologia indicam que a maior parte das escrituras sagradas não passa de lendas. 
por Vinícius Romanini
Para a Revista SuperInteressante 

A disputa entre ciência e religião pela posse da verdade é antiga. No Ocidente, começou no século XVI, quando Galileu defendeu a tese de que a Terra não era o centro do Universo. Essa primeira batalha foi vencida pela Igreja, que obrigou Galileu a negar suas idéias para não ser queimado vivo. Mas o futuro dessa disputa seria diferente: pouco a pouco, a religião perdeu a autoridade para explicar o mundo. Quando, no século XIX, Darwin lançou sua teoria sobre a evolução das espécies, contra a idéia da criação divina, o fosso entre ciência e religião já era intransponível. Nas últimas décadas, a Bíblia passou a ser alvo de ciências como a filologia (o estudo da língua e dos documentos escritos), a arqueologia e a história. E o que os cientistas estão provando é que o livro mais importante da história é, em sua maior parte, uma coleção de mitos, lendas e propaganda religiosa.

Primeiro livro impresso por Guttemberg, no século XV, e o mais vendido da história, a Bíblia reúne escritos fundamentais para as três grandes religiões monoteístas - Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Na verdade, a Bíblia é uma biblioteca de 73 livros escritos em momentos históricos diferentes. O Velho Testamento, aceito como sagrado por judeus, cristãos e muçulmanos, é composto de 46 livros que pretendem resumir a história do povo hebreu desde o suposto chamamento de Abraão por Deus, que teria ocorrido por volta de 1850 a.C., até a conquista da Palestina pelos exércitos de Alexandre Magno e as revoltas do povo judeu contra o domínio grego, por volta de 300 a.C. Os 27 livros do Novo Testamento abarcam um período bem menor: cerca de 70 anos que vão do nascimento de Jesus à destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C.

O coração do Velho Testamento são os primeiros cinco livros, que compõem a Torá do Judaísmo (a palavra significa "lei", em hebraico). Em grego, o conjunto desses livros recebeu o nome de Pentateuco ("cinco livros"). São considerados os textos "históricos" da Bíblia, porque pretendem contar o que ocorreu desde o início dos tempos, inclusive a criação do homem - que, segundo alguns teólogos, teria ocorrido em 5000 a.C. O Pentateuco inclui o Gênesis (o "livro das origens", que narra a criação do mundo e do homem até o dilúvio universal), o Êxodo (que narra a saída dos judeus do Egito sob a liderança de Moisés) e os Números (que contam a longa travessia dos judeus pelo deserto até a chegada a Canaã, a terra prometida).

Das três ciências que estudam a Bíblia, a arqueologia tem se mostrado a mais promissora. "Ela é a única que fornece dados novos", diz o arqueólogo israelense Israel Finkelstein, diretor do Instituto de Arqueologia da Universidade de Tel Aviv e autor do livro The Bible Unearthed (A Bíblia desenterrada, inédito no Brasil), publicado no ano passado. A obra causou um choque em estudiosos de arqueologia bíblica, porque reduz os relatos do Antigo Testamento a uma coleção de lendas inventadas a partir do século VII a.C. 
O Gênesis, por exemplo, é visto como uma epopéia literária. O mesmo vale para as conquistas de David e as descrições do império de Salomão.

A ciência também analisa os textos do Novo Testamento, embora o campo de batalha aqui esteja muito mais na filologia. A arqueologia, nesse caso, serve mais para compor um cenário para os fatos do que para resolver contendas entre as várias teorias. O núcleo central do Novo Testamento são os quatro evangelhos. A palavra evangelho significa "boa nova" e a intenção desses textos é clara: propagandear o Cristianismo. Três deles (Mateus, Marcos e Lucas) são chamados sinóticos, o que pode ser traduzido como "com o mesmo ponto de vista". Eles contam a mesma história, o que seria uma prova de que os fatos realmente aconteceram. Não é tão simples. O problema central do Novo Testamento é que seus textos não foram escritos pelos evangelistas em pessoa, como muita gente supõe, mas por seus seguidores, entre os anos 60 e 70, décadas depois da morte de Jesus, quando as versões estavam contaminadas pela fé e por disputas religiosas.

Nessa época, os cristãos estavam sendo perseguidos e mortos pelos romanos, e alguns dos primeiros apóstolos, depois de se separarem para levar a "boa nova" ao resto do mundo, estavam velhos e doentes. Havia, portanto, o perigo de que a mensagem cristã caísse no esquecimento se não fosse colocada no papel. Marcos foi o primeiro a fazer isso, e seus textos serviram de base para os relatos de Mateus e Lucas, que aproveitaram para tirar do texto anterior algumas situações que lhes pareceram heresias. "Em Marcos, Jesus é uma figura estranha que precisa fazer rituais de magia para conseguir um milagre", afirma o historiador e arqueólogo André Chevitarese.

Para tentar enxergar o personagem histórico de Jesus através das camadas de traduções e das inúmeras deturpações aplicadas ao Novo Testamento, os pesquisadores voltaram-se para os textos que a Igreja repudiou nos primeiros séculos do Cristianismo. Ignorados, alguns desapareceram. Mas os fragmentos que nos chegaram tiveram menos intervenções da Igreja ao longo desses 2 000 anos. Parte desses evangelhos, chamados "apócrifos" (não se sabe ao certo quem os escreveu), fazem parte de uma biblioteca cristã do século IV descoberta em 1945 em cavernas do Egito. Os evangelhos estavam escritos em língua copta (povo do Egito).

O fato de esses textos terem sido comprovadamente escritos nos primeiros séculos da era cristã não quer dizer que eles sejam mais autênticos ou contenham mais verdades que os relatos que chegaram até nós como oficiais. Pelo contrário, até. Os coptas, que fundariam a Igreja cristã etíope, foram considerados hereges, porque não aceitavam a dupla natureza de Jesus (humana e divina). Para eles, Jesus era apenas divino e os textos apócrifos coptas defendem essa versão. Mesmo assim, eles trazem pistas para elucidar os fatos históricos.

A tentativa de entender o Jesus histórico buscando relacioná-lo a uma ou outra corrente religiosa judaica também foi infrutífera, como ficou demonstrado no final da tradução dos pergaminhos do Mar Morto, anunciada recentemente. Esses papéis, achados por acaso em cavernas próximas do Mar Morto, em 1947, criaram a expectativa de que pudesse haver uma ligação entre Jesus e os essênios, uma corrente religiosa asceta, cujos adeptos viviam isolados em comunidades purificando- se à espera do messias. O fim das traduções indica que não há qualquer ligação direta entre Jesus e os essênios, a não ser a revolta comum contra a dominação romana.

O resultado é que, depois de dois milênios, parece impossível separar o verdadeiro do falso no Novo Testamento. O pesquisador Paul Johnson, autor de A História do Cristianismo, afirma que, se extrairmos, de tudo o que já se escreveu sobre Jesus, só o que tem coerência histórica e é consenso, restará um acontecimento quase desprovido de significado. "Esse 'Jesus residual' contava histórias, emitiu uma série de ditos sábios, foi executado em circunstâncias pouco claras e passou a ser, depois, celebrado em cerimônia por seus seguidores." 
O que sabemos com certeza é que Jesus foi um judeu sectário, um agitador político que ameaçava levantar os dois milhões de judeus da Palestina contra o exército de ocupação romano. Tudo o mais que se diz dele precisa da fé para ser tomado como verdade. Assim como aconteceu com Moisés, David e Salomão do Velho Testamento, a figura de Jesus sumiu na névoa religiosa.

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BÍBLIA - REFLEXÕES

Humberto Rodrigues Neto

DIZ A BÍBLIA QUE...

O BATISMO ELIMINA A CULPA DO PECADO ORIGINAL

Não é verdade, pois não é isso que diz a Bíblia, conforme podemos ver em Ezequiel:

Bíblia - Ezequiel, 17:20: "A alma que pecou, essa responderá pelo delito; ao filho não será imputada a maldade do pai, nem o pai responderá pela maldade do filho". 
(O batismo, portanto, não tem o poder de neutralizar qualquer tipo de pecado, nem mesmo o original).

AS PENAS DO INFERNO SÃO ETERNAS

Não é verdade, pois não é isso que diz a Bíblia, conforme podemos ver abaixo:

Bíblia - Isaías, 50:16: Diz o Senhor: "Não castigarei eternamente, e fim terá o Meu rigor, por que de Mim saíram os espíritos".

Bíblia - Tobias, 13:1 e 2: "E abrindo a sua boca, Tobias, o ancião, louvou ao Senhor e disse: Grande és, Senhor, para sempre e o teu reino por todos os séculos, porque feres e salvas, levas ao inferno e de lá tiras. Não há quem escape à tua mão".

Bíblia - Mateus, 5:25 e 26: "Em verdade te digo, que não sairás de lá até não teres pago o último ceitil" - palavras de Jesus.

Outras, e outras, e outras verdades deste tipo existem na Bíblia, impossíveis de serem citadas aqui pelo pouco tempo que temos para expô-las.

OS ESPÍRITOS DOS MORTOS NÃO SE COMUNICAM COM OS VIVOS, E OS QUE ISSO FAZEM SÃO DEMÔNIOS

Não é verdade, pois não é isso que diz a Bíblia, conforme podemos ver abaixo:

Bíblia - João, 4:1 - "Não acrediteis em todos os espíritos, mas vede, antes, se são de Deus".

Bíblia - I Samuel, 28: 9 e de 11 a 14, temos: A médium de En-Dor faz surgir diante de Saul, que a consultara, o espírito de Samuel, que conversa com ele, advertindo-o de sua derrota na guerra que pretendia empreender. 
(Samuel seria um demônio? E Maria? Seria também um demônio que apareceu em Fátima, em Lourdes. E Moisés e Elias que conversaram com Jesus no alto do monte Tabor? Seriam, também, demônios?)

A BÍBLIA É A PRÓPRIA PALAVRA DE DEUS, TRANSMITIDA .MUITAS VEZES, DE CORPO PRESENTE AOS PROFETAS

Nem sempre, pois não é isso que diz a Bíblia, conforme podemos ver nos textos abaixo:

Bíblia - João, 1:18 - "Ninguém jamais viu a Deus. O Deus unigênito, que está no íntimo do Pai foi quem mo revelou" - Estas são palavras de João Batista.

Bíblia - João, 5:37 - "O Pai, que me enviou, esse mesmo tem dado testemunho de mim. Jamais tendes ouvido a sua voz, nem visto a sua forma" - Estas palavras são do próprio Jesus, conforme nos diz o evangelista João. 

NA RESSURREIÇÃO DO JUÍZO FINAL RENASCEREMOS COM O MESMO CORPO

Não é verdade, pois não é isso o que diz a Bíblia, conforme podemos ver a seguir:

Bíblia - Paulo, I Epístola aos Coríntios, l5:40,42,44, 46 e 50: "A carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus. Semeia-se o corpo animal e ressuscita o corpo espiritual".

VIVEMOS APENAS UMA VEZ

Negativo, pois não é isso que diz a Bíblia, conforme podemos ver abaixo:

Bíblia - Marcos, 3:6 e 7: Jesus torna a reafirmar a Nicodemos: "E não vos espanteis do que vos digo, de que é preciso nascer de novo"!

Bíblia - Mateus, 11:14 e 15: "E se quereis reconhecer, ele mesmo (João Batista) é Elias que estava para vir. Quem tem ouvidos capazes de ouvir, ouça".

Bíblia - Romanos, 9:11 a 13 - Diz Deus a Rebeca, em relação aos gêmeos que lutavam em seu ventre: "O mais velho será servo do mais moço, pois amei a Jacó e me aborreci de Esaú". 
(Nesta reposta, torna-se evidente que Deus os conhecia de vidas anteriores, daí a preferência que tinha por Jacó e a rejeição que nutria por Esaú).

Bíblia - João, 8:56 a 58: Diz Jesus que Abraão se alegrara por ele ter descido à Terra. Perguntado como conhecia Abraão se não tinha nem 50 anos, ao passo que o patriarca vivera há muitos séculos atrás, Jesus respondeu-lhes: "Antes que Abraão existisse eu já vivia". 
(Prova de que os espíritos renascem inúmeras vezes e de que a vida recomeça imediatamente após o desencarne, sem necessidade do juízo final.

Bíblia - Jeremias 1:5 - Diz Deus ao profeta: "Antes que eu te formasse no ventre materno, eu te conheci...". 
De onde o conhecia Deus? De vidas anteriores.

Bíblia - Jó 38: 4 e 21: "Onde estavas quando lancei os fundamentos do céu e da Terra? Tu o sabes, porque nesse tempo eras nascido e porque é grande o número dos teus dias"! 
Deus dá essa resposta a Jó depois de ele perguntar-lhe de onde vinha o sofrimento que tinha e que não merecia, pois só fizera o bem em toda a vida e nunca o mal. Desconhecia o fato de Deus não permitir que conheçamos nossas vidas anteriores, pois isso faria ressurgir os ódios de vidas anteriores entre os homens, o que tornaria impossível a vida na Terra. O esquecimento foi uma bênção que Deus nos deu, ao contrário do que afirmam os evangélicos e católicos, pois assim temos a oportunidade de recomeçar nossa vida do marco zero, sem odiar aqueles que nos fizeram mal em vidas passadas. Impede, também, que eles continuem nos odiando na vida presente.

INCOERÊNCIAS

Está no Novo Testamento - Deus é um ser uno e indivisível - No entanto, a Igreja afirma que Deus é uma entidade trina: Pai, Filho e Espírito Santo.

Diz o Novo Testamento - A Terra é o centro do universo. Depois dela é que foram criados o Sol, a Lua e os demais astros. 
(No entanto, é a Terra, a Lua e os demais planetas do nosso sistema que continuam girando ao redor do Sol, sem que nada se faça, nas Escrituras, para ajustá-las a esta verdade científica).

Bíblia - Gênesis, 3:14 - Deus amaldiçoa a serpente: "... tu andarás de rojo sobre o teu ventre e comerás terra todos os dias de tua vida". 
Negativo. Nenhuma serpente come terra. Quem come terra é minhoca.. Quem escreveu esse disparate não soube interpretar a mensagem que recebeu! 

Bíblia - Gênesis, 18:21 - Deus avisa a Abraão: "Vou descer e ver se, de fato, o que têm praticado corresponde a esse clamor que contra eles subiu até mim. Então ficarei sabendo". 
Será que ele precisava descer mesmo? Então não era onipresente como afirma a Bíblia.

Bíblia - Êxodo, 5:21 - Deus diz a Moisés, referindo-se ao Faraó: "Mas eu endurecerei o seu coração (do Faraó) para que não deixe o povo partir". 
(Ora, se foi Deus quem criou a situação não permitindo ao Faraó avaliar, sequer, a conveniência ou não de deixar partir os hebreus, o povo egípcio foi dura e injustamente castigado por algo que fugia ao seu controle). Deus jamais agiria desse modo.

Bíblia - II Reis 20:11 - Isaías clama ao Senhor e faz o sol recuar 10 graus em sua marcha, a fim de possibilitar a Ezequias, pela grande bondade deste, viver mais 15 anos - 
VEjamos o absurdo disso em dois tópicos: Primeiro: Se o fato existiu, foi à Terra que fez recuar, pois é esta que gira ao redor do Sol, e não este ao redor daquela. Segundo: Se isso aconteceu, o fenômeno beneficiaria todos os demais homens e também os animais e os vegetais com igual tempo de vida. Deus jamais diria uma tolice desse tamanho. 

C O N C L U S Õ E S

[] - A idéia de um Deus cruel foi válida como advertência a um povo ainda rude e ignorante. Era preciso educá-los pelo temor. Hoje, já não tem qualquer fundamento.

[] - O conceito de Deus deve evoluir na medida em que o homem amplia a sua capacidade cultural, aprimorando, através do avanço das Ciências, as concepções que possa fazer sobre a suprema divindade que nos governa.

[] - A Bíblia é, sim, apesar de todas as adulterações que o homem nela introduziu, um precioso repositório de verdades espíritas, conforme acabamos de relatar nos poucos trechos que vimos. (Se fôssemos discorrer sobre todos os que coligimos, vararíamos a noite e talvez o dia seguinte na sua exposição).

[] - Espírita que não lê a Bíblia, não pode oferecer argumentação convincente contra as afirmações daqueles irmãos nossos que a têm como fulcro ao redor do qual giram todos os seus postulados.

[] - É preciso, porém, não apenas lê-la, mas estudá-la, parar a cada trecho, sublinhar determinadas passagens intrigantes, a fim de que possamos formular os raciocínios há pouco expostos.

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